sexta-feira, junho 05, 2009

A MORTE E O ARREBATAMENTO EM GÊNESIS 5

Leia Gênesis 5:1-32. Agora responda a uma pergunta: qual a finalidade desse capítulo? Há, pelo menos, dois motivos importantes para incluir esse relato na Bíblia: Para mostrar a genealogia de Adão até Noé, assim fornecendo uma parte importante da história dos antepassados dos judeus, e para mostrar nitidamente a conseqüência física do pecado que entrou no mundo por meio de Adão e Eva. Pense um pouco sobre esse segundo motivo.
Sete vezes em 32 versículos encontramos esta observação: "e morreu". Alguns viveram muitos anos — até 969 — mas morreram. Adão, Sete, Enos, Cainã, Maalaleel, Matusalém e Lameque. Todos viveram. Todos criaram filhos. Todos morreram. Deus usou, e ainda usa, a morte física para nos relembrar da maior conseqüência do nosso pecado: a morte espiritual.
No meio de um capítulo cheio de morte, há esperança. "Andou Enoque com Deus e já não era, porque Deus o tomou para si" (5:24). Milhares de anos depois, o autor de Hebreus explicou melhor: "Pela fé, Enoque foi trasladado para não ver a morte; não foi achado, porque Deus o trasladara. Pois, antes da sua trasladação, obteve testemunho de haver agradado a Deus" (Hebreus 11:5). Enoque escapou da morte pela fé, dando esperança para todos que vieram depois que haveria a possibilidade de vencer a morte.
Agora, Jesus mostra como nós, também, podemos vencer a morte. A morte física continua, mas não é final. Ele prometeu que todos os homens serão ressuscitados, da mesma forma que ele subiu da sepultura. Mais importante, podemos evitar a morte eterna: "Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?" (1 Coríntios 15:55)

OS MORTOS PERMANECEM INCONSCIENTES?

Quando Lázaro morreu, Jesus disse: “Nosso amigo Lázaro adormeceu, mas vou para despertá-lo” (João 11:11). Eclesiastes 9:5 afirma: “Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, porque a sua memória jaz no esquecimento”. Paulo confortou os discípulos com estas palavras: “Ora, ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: nós, os vivos, os que ficarmos até à vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que dormem” (1 Tessalonicenses 4:15). Lidos superficialmente, versículos como estes poderiam ser entendidos como defesa da idéia da inconsciência dos mortos. Mas, antes de chegar a uma conclusão, vamos examinar as evidências um pouco melhor.
Às vezes, a idéia de “dormir” ou ser inconscientes olha para a morte do ponto-de-vista da vida terrestre. Citações de Eclesiastes, por exemplo, são observações sobre a vida neste mundo. A frase repetida no livro que destaca este fato é “debaixo do sol”. Veja Eclesiastes 9:6 (logo após o versículo citado acima): “Amor, ódio e inveja para eles já pereceram, para sempre não têm eles parte em coisa alguma do que se faz debaixo do sol”. Os que já morreram não participam da nossa vida “debaixo do sol”, mas isso não significa que o amor não existe mais para eles nas regiões celestiais, nem que lhes serão negados a recompensa (cf. 2 Timóteo 4:6-8).
Em outras passagens, como as citações de João 11 e 1 Tessalonicenses 4, a idéia de dormir é apresentada em contraste com a noção de uma morte permanente. Os dois trechos tratam da ressurreição (imediata, no caso de Lázaro, e na vinda do Senhor, em 1 Tessalonicenses). Descrever a morte como sono não é comentário sobre a inconsciência dos mortos, e sim, sobre o estado temporário da morte.
Outras passagens mostram claramente que os mortos continuam cientes. Jesus falou dos mortos conversando (Lucas 16:19-31). Quando o quinto selo foi aberto, as almas dos mortos clamaram ao Senhor (Apocalipse 6:9-11). A promessa de Jesus ao ladrão arrependido não teria nenhum valor se a morte fosse um estado de inconsciência. Jesus confortou o homem com estas palavras: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso” (Lucas 23:43).
Os fiéis aguardam o privilégio do descanso preparado por Deus, e estarão cientes desta grande bênção

A MULHER DE LÓ, UM EXEMPLO A NÃO SEGUIR

“Lembrai-vos da mulher de Ló” (Lc 17.32).

Mas, pra que? Com tantas pessoas de quem temos que nos lembrar, para que nos lembrarmos da mulher de Ló? Ela viveu há tanto tempo! Não há sequer um retratinho dela, nem o seu nome sabemos!
Essa mulher! Mulher-modelo! Sim, modelo a não ser seguido. Todos nós somos tentados a agir como ela, em sua loucura momentânea e fatal.
Era Ló o seu esposo, e ambos viviam com as duas filhas na cidade de Sodoma. A cidade tinha uma característica: era promíscua. A homossexualidade grassava livre, solta e generalizada por sua população. Ló incomodava-se com isso, mas, como era um estrangeiro, pouco podia fazer. Pelo menos suas filhas estavam encaminhadas. Elas tinham maridos. Diz-nos a bíblia que os clamores sobre essa cidade subiram ao Senhor. Provavelmente os de Ló, homem de oração.
Nenhuma oração que fazemos, quando sincera e cônscia da presença do Senhor, é vã ou sem resposta. À semelhança das ondas de rádio, que se propagam perpetuamente pelo universo, ao ponto de poderem ser ouvidas novamente algum dia (dizem os entendidos), as orações também não se perdem. Em Apocalipse está escrito que elas serão lançadas com incenso sobre a Terra, nos dias de juízo (Ap 8.4). Ló orava e Deus atendeu aos seus clamores.
Dois anjos e o Senhor foram até Abraão notificá-lo da destruição iminente de Sodoma. Enquanto Deus ficara com Abraão, os anjos desceram à cidade. Ali, na praça, encontrados por Ló, foram convidados para hospedarem-se em sua casa (a bíblia recomenda que sejamos hospitaleiros, pois alguns podem estar hospedando anjos, cf Hb 13.2). Ao entrarem em casa de Ló, os homens da cidade foram à porta exigir que os visitantes fossem postos para fora, para serem abusados sexualmente. Ló implorou-lhes que nada lhes fizessem, pois estavam debaixo de seu teto. A gentalha ralhou com ele, dizendo que um estrangeiro não deveria dar-lhes ordens, e agora iriam abusar dele mesmo. Foi quando os anjos o recolheram para casa, cegaram o populacho e mandaram que Ló e a família saíssem o mais cedo possível, pois haveria uma chuva de fogo e enxofre, destruindo tudo. Mas instou com eles: não olhem para trás.
Ló, a esposa e as duas filhas saíram. Os genros não quiseram, não acreditaram. “Não olhem para trás”, era a ordem. Correram estrada afora. Infelizmente a mulher de Ló, não se sabe porque, se por zelo da casa, misericórdia dos que ficaram, curiosidade ou medo, olhou para trás. Imediatamente foi transformada numa estátua de sal, prefigurando o Mar Morto que se formaria naquela área.
“Lembrai-vos da mulher de Ló”, que olhou para trás. Quantos de nós, depois de sermos resgatados do mundo, somos tentados a voltar à velha vida, aos velhos hábitos, às velhas alegrias! “Não olhem para trás”. Quem lança mão do arado e olha para trás não é digno do Reino (Lc 9.61). Jesus diz que quem olha para trás é como o “sal insípido”, que para nada mais presta, senão para ser lançado fora (Mt 5.13), como o sal que compunha a estátua daquela que fora uma mulher eleita, pois escolhida para sair da destruição em função do esposo justo que tinha. Quem olha para trás é semelhante ao cão que volta ao próprio vômito ou à porca que volta ao seu próprio lamaçal (II Pe 2.22)
Se for o seu caso, ainda há tempo, pois o “fogo e o enxofre” não caíram sobre a Sodoma e Gomorra deste fim dos tempos. Ainda temos um advogado perante o Pai, Jesus Cristo, o Justo. Ele é a propiciação pelos nossos pecados (I Jo 2.2).
“Lembrai-vos da mulher de Ló”.
Eu jamais quero seguir o exemplo dela. E você?

A MULHER VIRTUOSA DE PROVÉRBIOS

TEXTO PARA ESTUDO: PROVÉRBIOS 31: 10-31

Muitas Mulheres notáveis aparecem em toda a Bíblia, mas a esposa virtuosa aqui retratada merece elogio especial (Pv. 31:29)
Essa mulher era esposa e mãe. Durante séculos, as mulheres têm se maravilhado e vêm sendo desafiadas pela vida dela (v. 31)
A passagem descreve o tipo de esposa que toda mulher deve ser e que tipo de mulher o homem deve escolher para se casar.
Um poema acróstico, com cada um dos 22 versículos iniciado por uma letra do alfabeto judaico, incentiva a memorização dessa grande peça literária.
Não sabemos quem era aquela mulher, mas como elaera. Essa mulher virtuosa continua mais viva do que nunca. Essa mulher fora do comum era um paradigma de virtudes: digna de confiança, diligente, organizada e amorosa. Mas é surpreendente como consegue organizar as prioridades de sua vida. O marido confiava plenamente nela; os filhos adultos a elogiavam voluntariamente, e seu lar era um modelo de eficiência. Ela ainda encontrava tempo para atuar na comunidade, para ajudar o pobre e até para aumentar a renda da família por meio de investimentos sábios e gerenciamento produtivo de tudo o que era colocado sob seus cuidados. Mais ainda, era tão linda exteriormente como era sábia em seu interior.
A descrição da esposa virtuosa termina com o segredo de seu sucesso (v.30). Ilustrando o tema da sabedoria encontrado em todo o Livro de Provérbios, essa mulher, em primeiro lugar, temia e reverenciava a Deus. Assim, os relacionamentos e responsabilidades eram equilibrados com sabedoria. Ela exemplifica a verdade emitida por Jesus Cristo: "buscai, pois, em primeiro lugar, o Seu reino e a sua justiça, e todas as coisas vos serão acrescentadas."(Mt. 6:33). Um olhar atento para a descrição dessa mulher pode ser de valor inestimável para ajudar todas as mulheres a estabelecerem suas próprias prioridades ao administrar o tempo, os recursos e os dons que Deus lhe deu.

Minha Fonte: Bíblia da Mulher - Leitura, Estudo e Devocional - Editora Mundo Cristão.

O QUE É REALMENTE UM FUNDAMENTALISTA?

As enciclopédias descrevem o fundamentalismo como a atitude de um grupo de pessoas dentro de uma religião ou de um movimento político que dizem basear-se num conjunto próprio de diretrizes tradicionais (fundamentos), defendendo-as de forma absoluta.
O que importa é qual o fundamento usado e a intensidade da influência que ele tem sobre a sociedade. Um fundamento radical e totalitário, por exemplo, terá conseqüências correspondentes.
Quando ouvimos a palavra “fundamentalista”, normalmente pensamos logo em fanáticos religiosos de diversas tendências. Atualmente, com certeza, a primeira lembrança é dirigida aos muçulmanos radicais. Mas também cristãos e judeus que ainda vivem conforme suas crenças são rapidamente estigmatizados como fundamentalistas. Antigamente era um elogio possuir um fundamento, algo em que se cria e que determinava a vida, mas hoje essa palavra tem uma conotação exclusivamente negativa. Parece que somente na construção civil ainda se pode usar a expressão “fundamento firme” sem ser imediatamente reprovado.
Parece que somente na construção civil ainda se pode usar a expressão “fundamento firme” sem ser imediatamente reprovado.
Analisemos de forma objetiva o que significa ser fundamentalista e qual é a base que o sustenta. Vamos nos limitar às três religiões monoteístas (que crêem em um só Deus): judaísmo, cristianismo e islamismo.

O FUNDAMENTALISTA JUDEU
O fundamento do judeu que crê é o Antigo Testamento. Além dele, são consideradas fundamentais também outras literaturas antigas, como o Talmude, que contém explicações e interpretações rabínicas. Esse tipo de literatura especial também pode ser encontrado – sem entrar no mérito da questão – no cristianismo e no islamismo.
Será que judeus radicais, que recorrem à violência, podem ao menos invocar o Antigo Testamento como seu fundamento? Não! Essa resposta pode soar surpreendente, afinal, o Antigo Testamento está repleto de relatos de guerras e do extermínio de nações inteiras. Mas esses trechos e acontecimentos devem ser considerados em seu contexto, levando em conta quem está agindo e por que o faz. Por exemplo, os povos de Canaã foram julgados por Deus quando não havia mais possibilidade de purificação para eles e seus pecados teriam se difundido ainda mais. O Senhor não os expôs à destruição simplesmente porque queria, mas somente depois de ter esperado durante séculos. O povo de Abraão recebeu a promessa de que entraria na Terra Prometida apenas 400 anos mais tarde, isto é, quatro gerações depois de Abraão. O motivo era este: “...porque não se encheu ainda a medida da iniqüidade dos amorreus” (Gn 15.16). Os povos cananeus cometiam os piores pecados (incesto, sacrifício de crianças, ocultismo, espiritismo, homossexualismo, sodomia, cf. Lv 18, especialmente o v. 24), mas ainda assim Deus adiou o juízo sobre eles. Esta é uma prova impressionante da paciência de Deus. Ao mesmo tempo, entretanto, o cumprimento da aliança com Israel também era adiado. O povo de Nínive, sobre cuja cidade tinha sido profetizado o juízo por um motivo semelhante: “...porque a sua malícia subiu até mim” (Jn 1.2), também é uma demonstração clara de que a paciência do Onipotente permite que a graça prevaleça sobre a justiça. Mas quando o rei e o povo de Nínive se arrependeram de coração ao ouvirem a mensagem de Jonas, toda aquela geração foi poupada e o juízo foi adiado por cerca de cem anos. Jonas testemunha, então: “Pois sabia que és Deus clemente, e misericordioso, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e que te arrependes do mal” (Jn 4.2). O Senhor confirmou isso com as seguintes palavras: “E não hei de eu ter compaixão da grande cidade de Nínive, em que há mais de cento e vinte mil pessoas, que não sabem discernir entre a mão direita e a mão esquerda, e também muitos animais?” (Jn 4.11).
Quando não há mais possibilidade de arrependimento dos pecados e quando estes atingem sua medida máxima, o Senhor tem de fazer valer Seu juízo. Os israelitas se transformaram em instrumentos do juízo de Deus quando o Senhor lhes entregou a Terra Prometida. Mas o motivo real de Israel ter recebido a terra de Canaã era para que por meio desse povo e nessa terra nascesse o Salvador de todos os povos. Isso se cumpriu aproximadamente dois milênios mais tarde em Belém, com o nascimento de Jesus (Mq 5.2). Israel nunca teve permissão para agir de forma independente e impulsiva, mas somente com base nas ordens de Deus. O Senhor convocou os israelitas a concederem o direito devido também aos estrangeiros que vivessem em seu meio, não oprimindo, mas recebendo-os e amando-os: “Também não oprimirás o forasteiro; pois vós conheceis o coração do forasteiro, visto que fostes forasteiros na terra do Egito” (Êx 23.9, cf. também Êx 22.21). O mesmo se aplicava ao comportamento em relação às viúvas e aos órfãos (Êx 22.22-23). Quando os estrangeiros na terra de Israel se submetiam à Palavra de Deus e também festejavam a páscoa, os israelitas deveriam considerá-los como nativos (Êx 12.48). Quando o rei Salomão inaugurou o primeiro templo e o dedicou a Deus em oração, uma das suas grandes preocupações era que o Eterno de Israel também ouvisse o estrangeiro (1 Rs 8.41-43).
No reino futuro sob o governo de Jesus como Rei de Israel os estrangeiros ocuparão uma posição importante em meio aos israelitas (Ez 47.21-23).
O fundamento do judeu que crê é o Antigo Testamento.
Os israelitas deveriam mostrar amor até mesmo aos seus inimigos, demonstrando sua disposição em ajudá-los: “Se vires prostrado debaixo da sua carga o jumento daquele que te aborrece, não o abandonarás, mas ajudá-lo-ás a erguê-lo” (Êx 23.5; cf. também o v.4; Dt 22.1). Os israelitas não são chamados a empreender uma “guerra santa” contra as nações, pelo contrário, a buscar a paz: “Aparta-te do mal e pratica o que é bom; procura a paz e empenha-te por alcançá-la” (Sl 34.14).

“Que formosos são sobre os montes os pés do que anuncia as boas-novas, que faz ouvir a paz, que anuncia coisas boas, que faz ouvir a salvação, que diz a Sião: O teu Deus reina!” (Is 52.7).

Quando os israelitas estavam no cativeiro babilônico, não foram convocados a fazer manifestações, rebeliões ou até mesmo atentados terroristas. Pelo contrário: em meio a um ambiente de inimizade contra Deus, eles foram chamados para buscar a paz: “Procurai a paz da cidade para onde vos desterrei e orai por ela ao Senhor; porque na sua paz vós tereis paz” (Jr 29.7).
Em relação às mulheres, a Bíblia, por um lado, acentua a ordem da criação: assim como o governo está acima do povo, os agentes da ordem estão acima dos cidadãos, os sacerdotes acima da comunidade e o empregador acima do empregado, o homem é o cabeça da mulher e os pais são autoridade sobre os filhos. Mas isso não significa – o que também é claramente ensinado pela Bíblia – que a mulher seja menos importante ou que o homem pode dominá-la a seu bel-prazer. Trata-se simplesmente de uma ordem, sendo que todas as pessoas são iguais perante Deus. Por exemplo, o Senhor usou Ana, Débora e Abigail de forma maravilhosa e lhes entregou até mesmo mensagens proféticas. Na história de amor de Rute vemos o israelita Boaz, que praticava a Palavra de Deus: ficamos emocionados pela forma como ele lidou com a estrangeira Rute, cuidando, amparando, amando e, depois, até casando com ela. Mas o Senhor também providenciou que a israelita Noemi, que tinha vivido muitos anos em terra estranha, recuperasse a herança de seus pais na ocasião de sua volta. Esses exemplos demonstram os propósitos amorosos de Deus para com as pessoas e como Ele considera importante que Seu povo O respeite e aja de acordo com eles.
No Novo Testamento esse tema é ampliado, por exemplo, através das seguintes palavras: “Nem a mulher é independente do homem, nem o homem, independente da mulher” (1 Co 11.11).
“Pelos seus frutos os conhecereis” (Mt 7.16). Aparentemente, o fundamento da Palavra de Deus, sobre o qual Israel se baseia há milênios, foi o motivo pelo qual os judeus se adaptaram à Diáspora (Dispersão) e se submeteram aos governos dos países para onde foram. Eles não pregaram o ódio nas sinagogas e não incentivaram a violência. O fundamento da Sagrada Escritura também foi o motivo pelo qual suportaram perseguições totalmente injustificadas e praticamente não se defenderam. E o fundamento da Torá é também o motivo pelo qual Israel está sempre entre os primeiros a tomarem alguma iniciativa quando há catástrofes naturais e necessidade de ajuda humanitária em muitas partes do mundo. O Salmo 137.8-9 é constantemente usado para mostrar que a Bíblia glorifica a violência: “Filha da Babilônia, que hás de ser destruída, feliz aquele que te der o pago do mal que nos fizeste. Feliz aquele que pegar teus filhos e esmagá-los contra a pedra”. O assassinato brutal das crianças era um método usual que os conquistadores daquela época usavam para garantir que a geração seguinte do inimigo vencido não se vingasse (veja, por exemplo, 2 Reis 8.12-13). Os versículos do Salmo 137 indicam que os babilônios já tinham assassinado muitas crianças israelitas dessa forma. O salmista não está reagindo de forma emotiva ou impulsiva, mas de acordo com o princípio do “olho por olho...”. Trata-se de estabelecer uma proporção justa entre o crime e a punição. Uma má ação requer uma punição correspondentemente justa. Não se tratava de exercer o ódio de forma irrefletida, mas de punir de forma muito ponderada. Mas o Senhor também podia impedir o juízo quando havia arrependimento: basta lembrar de Nínive ou de Nabucodonosor (Dn 4). Judeu nenhum tem justificação bíblica para o uso da violência. Ou seja: um judeu radical e defensor da violência não pode nem mesmo ser chamado de fundamentalista, pois ele não tem como se reportar ao seu fundamento – o Antigo Testamento. Um judeu fundamentalista é, pelo contrário, um judeu que pratica sua fé e em decorrência disso não usa a violência.

O FUNDAMENTALISTA CRISTÃO
O fundamento do cristão é a Bíblia, especialmente o Novo Testamento. Para um cristão que crê na Bíblia, na verdade, o Antigo e o Novo Testamento formam uma unidade. Não vamos, porém, aprofundar-nos neste assunto agora. O Novo Testamento – que diferencia o judeu do cristão – prega o amor e a paz como nenhum outro livro; até mesmo o maior inimigo do cristianismo é forçado a reconhecer isto:

“Jesus dizia: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lc 23.34).
“Então, Pedro, aproximando-se, lhe perguntou: Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes? Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete” (Mt 18.21-22).
A fundação da Cruz Vermelha tem sua origem no pensamento e na ação de cristãos.
“Então, ajoelhando-se (Estêvão), clamou em alta voz: Senhor, não lhes imputes este pecado! Com estas palavras, adormeceu” (At 7.60).
“Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela” (Ef 5.25).
“Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens” (1 Tm 2.1).
“Seja a vossa moderação conhecida de todos os homens. Perto está o Senhor” (Fp 4.5).
Todos esses textos bíblicos demonstram que Jesus Cristo, o fundamento de todo cristão convicto, detesta a violência e em lugar dela prega o amor – até mesmo o amor aos inimigos – que Ele mesmo viveu. Neste sentido a vida de Jesus Cristo é única no mundo, independentemente de que seja considerado revolucionário, profeta, insano ou Filho de Deus. Em resumo, nenhum “cristão” que propague ou use de violência é fundamentalista. Pois dessa forma ele se opõe completamente aos mandamentos de Deus e ao ensino de Jesus Cristo. Por exemplo, a luta entre católicos e protestantes na Irlanda do Norte não foi uma guerra civil entre fundamentalistas cristãos, mas apenas um conflito em que a religião serviu como pretexto. O mesmo vale para a Guerra dos Trinta Anos: nem os católicos nem os protestantes podiam basear-se em seu fundamento – o Novo Testamento e os ensinos de Cristo – para justificar-se. As cruzadas medievais e a terrível Inquisição nunca foram obras de cristãos fundamentalistas, mas de fanáticos tomados por um ódio cego, que no fim das contas não passavam de bárbaros sem Deus em túnicas cristãs. Já um cristão fundamentalista deveria ser insuperável em sua verdadeira humildade e em suas atitudes pacíficas. Afinal, quem chega à fé em Jesus recebe o Espírito Santo (Ef 1.13), que permanece nele para sempre (Jo 14.16-17) e produz o seguinte fruto: “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei. E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências. Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito. Não nos deixemos possuir de vanglória, provocando uns aos outros, tendo inveja uns dos outros” (Gl 5.22-26). Outra questão é se, individualmente, conseguimos realmente fazer justiça a esse altíssimo padrão. De qualquer forma, nesse contexto a designação “cristão fundamentalista” certamente deve ser considerada um grande elogio. Também aqui os frutos falam por si. Em grande parte é devido ao cristianismo que hoje sabemos ler e escrever. A fundação da Cruz Vermelha, por exemplo, tem sua origem no pensamento e na ação de cristãos. A maioria das instituições sociais e a construção de hospitais igualmente é algo que devemos ao cristianismo.
Um exemplo de ação cristã que fala por si:
"PAIS DE MENINAS DECAPITADAS PERDOAM ASSASSÍNOS"

"As famílias de três alunas cristãs decapitadas na Indonésia perdoaram os assassinos. Um dos pais disse: “Eu lhes perdôo como Cristo me perdoou’. No dia 29 de outubro de 2005 as três meninas, de 15, 16 e 19 anos, foram assaltadas e decapitadas quando se dirigiam a uma escola cristã...”. (IdeaSpektrum)
Esses pais se comportaram como fundamentalistas bíblicos, pois do contrário não teriam conseguido agir dessa forma.

O FUNDAMENTALISTA ISLÂMICO
O fundamento dos muçulmanos é o Corão. Também essa religião possui, além dessa escritura básica, outros escritos reconhecidos. Qualquer muçulmano sincero é completamente devotado a esses ensinos, especialmente ao Corão. Por isso, é importante conhecer as afirmações principais. René Marcus escreveu na revista Weltwoche:
"O Corão ordena de forma incontestável e clara o assassinato daqueles que não crêem. E não apenas uma, mas várias vezes. Analisemos o texto de forma objetiva, do ponto de vista filológico. A raiz árabe qtl (“matar”) aparece – incluindo as derivações – 187 vezes no Corão, das quais 25 vezes na forma imperativa. (Para comparar: no Antigo Testamento hebraico, que nem sempre é um livro pacífico, a raiz correspondente a qtl aparece somente 14 vezes, e a raiz semítica relacionada rsh (“assassinar”) 46 vezes, mas nunca na forma de imperativo positivo – apenas de forma negativa, como proibição: “Não matarás”. – Nem todos os imperativos no Corão são ordens para que os seguidores matem os infiéis, mas ainda assim estas são maioria; e um mandamento também pode ser formulado por meio de formas gramaticais que não sejam necessariamente um imperativo. O mandamento de matar aparece na terceira raiz (sentido etimológico), que significa “matar um ao outro, combater, guerrear contra”, ou na segunda raiz, que significa “matança”; ou simplesmente na primeira raiz, com o significado básico “matar”. Seguem algumas amostras (no original, os textos são transcritos. Nota da redação): Sura 2.190s; 4.89; 8.39; 4.91; 9.4; 9.14; 9.29; 8.65; também 4.84; 2.216). Poderíamos prosseguir com muitas outras citações. Mas não há também afirmações diferentes no Corão? Hoje gosta-se de citar o verso 5.32, que diz: “Quem mata uma alma sem que (a vítima, por sua vez, tenha matado) uma alma ou cometido violência na terra, (é como) se tivesse matado toda a humanidade; e quem preservar a sua vida (é como) se tivesse preservado a vida de toda a humanidade”. Em outras palavras: quem mata uma alma, mata toda a humanidade. Realmente, esse é um verso sublime, digno de servir de lema para a ética humana em geral. Mas a alegria não dura muito, pois logo em seguida está escrito: “A paga daqueles que guerreiam contra Alá e seus enviados e espalham destruição na terra é que sejam esmagados ou crucificados ou que lhes sejam cortados as mãos e os pés opostos ou que sejam expulsos da terra” (5.33).
As regras de humanidade se aplicam apenas àqueles que crêem. Para os infiéis vale: “Sejam malditos! Onde quer que sejam encontrados, devem ser agarrados e esmagados com grande violência” (33.61). Para a sociedade muçulmana vale a mesma coisa que para o judaísmo e o cristianismo: “Pelos seus frutos os conhecereis”. Assim como houve e há judeus e cristãos que não seguem rigorosamente o fundamento bíblico e por isso reagem de forma radical, também há muçulmanos que não seguem totalmente o fundamento do Corão e, portanto, pensam e agem de forma razoavelmente humanista. Portanto, a conclusão é: um cristão fundamentalista, que leva os ensinamentos da Bíblia a sério e os segue, praticará o amor ao próximo. Já um muçulmano fundamentalista, totalmente dedicado aos ensinos do Corão, tende à violência.
Infelizmente, em grande parte é verdadeiro o seguinte dito: “Nem todo islâmico é terrorista, mas todo terrorista é islâmico”. Os países islâmicos fundamentalistas perseguem aqueles que seguem outra fé. Qualquer cristão que viajar para a Arábia Saudita terá sua Bíblia confiscada ao entrar no país. Usar um símbolo cristão é crime passível de punição. A sharia (a lei islâmica) é executada sem dó nem piedade. Há algum tempo, um muçulmano convertido a Cristo corria o risco de ser condenado à pena de morte no Afeganistão. Não há nada parecido em Israel ou nos países cristãos.

FALSOS PROFETAS

Desde a queda no pecado existem brigas, ódio, assassinatos, homicídios, inveja, falsidade e engano. O autor do livro de Eclesiastes escreveu com razão: “...nada há que seja novo debaixo do sol” (Ec 1.9). Já na época de Jeremias havia profetas pouco sóbrios, irrealistas e falsos, que desencaminhavam o povo com profecias enganosas. Mesmo quando as nuvens da tempestade do juízo se ajuntavam mais densas do que nunca sobre Jerusalém, eles acalmavam o povo. Suas declarações eram muito positivas e soavam edificantes, até mesmo encorajadoras aos ouvidos das pessoas. Eles prometiam muito, inclusive a vitória. Em comparação, os ouvintes recebiam as mensagens de Jeremias como destrutivas, austeras e deprimentes, e só percebiam nelas a perspectiva do juízo. Tratava-se da justiça de Deus e da injustiça do povo, da sua falta de arrependimento e conversão. Como Jeremias deve ter se sentido diante deles?
O falso profeta Hananias apresentava uma “mensagem maravilhosa” e tinha a ousadia, e até mesmo a insolência, de proclamá-la abertamente: “No mesmo ano, no princípio do reinado de Zedequias, rei de Judá, isto é, no ano quarto, no quinto mês, Hananias, filho de Azur e profeta de Gibeão, me falou na Casa do Senhor, na presença dos sacerdotes e de todo o povo, dizendo: Assim fala o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel, dizendo: Quebrei o jugo do rei da Babilônia. Dentro de dois anos, eu tornarei a trazer a este lugar todos os utensílios da Casa do Senhor, que daqui tomou Nabucodonosor, rei da Babilônia, levando-os para a Babilônia. Também a Jeconias, filho de Jeoaquim, rei de Judá, e a todos os exilados de Judá, que entraram na Babilônia, eu tornarei a trazer a este lugar, diz o Senhor; porque quebrei o jugo do rei da Babilônia” (Jr 28.1-4). A isso Jeremias respondeu: “Disse, pois, Jeremias, o profeta: Amém! Assim faça o Senhor; confirme o Senhor as tuas palavras, com que profetizaste, e torne ele a trazer da Babilônia a este lugar os utensílios da Casa do Senhor e todos os exilados. (...) O profeta que profetizar paz, só ao cumprir-se a sua palavra, será conhecido como profeta, de fato, enviado do Senhor” (vv. 6,9). Hananias não ficou nem um pouco impressionado, mas fez o seguinte: “Então, o profeta Hananias tomou os canzis do pescoço de Jeremias, o profeta, e os quebrou; e falou na presença de todo o povo: Assim diz o Senhor: Deste modo, dentro de dois anos, quebrarei o jugo de Nabucodonosor, rei da Babilônia, de sobre o pescoço de todas as nações. E Jeremias, o profeta, se foi, tomando o seu caminho” (vv. 10-11). Para Jeremias a única opção era o afastamento. Mas o Senhor orientou-o para que voltasse até Hananias e lhe dissesse, entre outras coisas: “...O Senhor não te enviou, mas tu fizeste que este povo confiasse em mentiras. Pelo que assim diz o Senhor: Eis que te lançarei de sobre a face da terra; morrerás este ano, porque pregaste rebeldia contra o Senhor. Morreu, pois, o profeta Hananias, no mesmo ano...” (vv. 15-17). Todas as profecias mentirosas de Hananias foram soterradas pela areia da fantasia, pois Jerusalém foi definitivamente conquistada e todos os utensílios foram retirados do templo.
A mensagem de exortação do evangelho não é mencionada, e em vez disso espalha-se um evangelho do “sentir-se bem”. Em uma carta, Jeremias teve de escrever o seguinte aos líderes de Israel e a todo o povo que Nabucodonosor tinha levado para a Babilônia: “Porque assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel: Não vos enganem os vossos profetas que estão no meio de vós, nem os vossos adivinhos, nem deis ouvidos aos vossos sonhadores, que sempre sonham segundo o vosso desejo; porque falsamente vos profetizam eles em meu nome; eu não os enviei, diz o Senhor” (Jr 29.8-9). É interessante a proximidade significativa entre as falsas profecias e a adivinhação.
A situação hoje não é muito diferente: profecias bíblicas estão para se cumprir. A princípio as perspectivas não são boas, pois as nuvens da tribulação que se aproxima estão cada vez mais densas. Estamos cercados por más notícias. Indo de encontro a isso, prega-se em muitos lugares um evangelho puramente “positivo”, que ignora esses fatos e é recebido com atenção crescente:
– Avivamentos e curas são prometidos em larga escala. E embora, depois das reuniões, os doentes sejam tirados dos palcos ainda nas mesmas cadeiras de rodas nas quais chegaram, quase ninguém nota isso. O importante é o show!

– Faz-se do pecado algo inofensivo e fortalece-se a fé em si mesmo.

– A mensagem de exortação do Evangelho não é mencionada, e em vez disso espalha-se um evangelho do “sentir-se bem”.

Menciono alguns paralelos:
As advertências dos apóstolos são claras em relação aos últimos tempos, e não podemos negar que elas sejam cada vez mais pertinentes aos nossos dias:

“Porque os tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, transformando-se em apóstolos de Cristo” (2 Co 11.13).

“Assim como, no meio do povo, surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão, dissimuladamente, heresias destruidoras...” (2 Pe 2.1).

“Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora” (1 Jo 4.1).

“Porque esses tais não servem a Cristo, nosso Senhor, e sim a seu próprio ventre; e, com suaves palavras e lisonjas, enganam o coração dos incautos” (Rm 16.18).
As maiores heresias, opiniões equivocadas e seitas surgiram pela interpretação errada da Palavra de Deus. Mas não devemos apontar para os outros sem olhar para nós mesmos, antes queremos aceitar essas exortações para nossa própria vida.
É claro que o Senhor pode falar de forma muito pessoal conosco por meio de uma palavra qualquer; provavelmente todo cristão pode testemunhar que isso acontece, alegrando-se com esse fato. Ainda assim não podemos aplicar os versículos bíblicos de forma aleatória e tola à nossa própria situação. Um exemplo: há algum tempo precisei ir com urgência à cidade de Hannover para conduzir um funeral. A previsão do tempo era a pior possível, havia alerta de tempestade, fortes nevascas, as ruas estavam escorregadias e os vôos estavam muito atrasados ou eram até cancelados. Alguns irmãos na fé aconselharam-me a não voar de jeito nenhum; seria muito melhor se eu viajasse com o trem noturno. Quanto mais eu prestava atenção aos amigos e ao meu próprio amedrontamento, mais inseguro ficava. Naquela noite tivemos uma reunião de oração. Alguns minutos antes do início abri minha Bíblia na esperança de, talvez, encontrar uma resposta ali. Meu olhar caiu sobre Lamentações 1.1-2: “...Tornou-se como viúva... Chora e chora de noite, e as suas lágrimas lhe correm pelas faces; não tem quem a console...” Lembrei da minha esposa – e fiquei ainda mais inseguro. Será que eu deveria viajar de avião? Conversei com ela em casa e ela disse que, em sua opinião, eu deveria voar despreocupadamente, pois voltaria são e salvo para casa. E, graças a Deus, foi o que aconteceu. Essa insegurança pode surgir quando arrancamos as passagens de seu contexto. É preciso estar atento para que tudo aquilo que ensinamos, pregamos ou aprendemos em nossa “hora silenciosa” corresponda ao fundamento bíblico e não seja arrancado de seu contexto. A Palavra de Deus não pode ser simplesmente moldada a fim de confirmar nossa opinião pré-concebida. Infelizmente, algumas traduções, versões ou comentários da Bíblia não raro são adaptadas a certas tradições. Tenta-se manter e endurecer opiniões tradicionais próprias por meio de versículos bíblicos. Mas assim a Bíblia é rebaixada a objeto e nós mesmos nos elevamos à condição de sujeitos. Basta lembrar da questão do sábado, da observação das festas e feriados judaicos, da ingestão de alimentos, do batismo e de outros temas semelhantes. Não importa se parece positivo ou negativo: se não corresponder ao ensino geral da Escritura Sagrada, não vale nada. Mesmo o diabo tentou fazer com que Jesus caísse usando versículos da Palavra de Deus arrancados de seu contexto (Mt 4.3ss). E, como ele fazia e ainda continua fazendo isso, tudo o que ele diz é mentira, mesmo se referindo à Palavra de Deus.
As maiores heresias, opiniões equivocadas e seitas surgiram pela interpretação errada da Palavra de Deus. Mais um exemplo de como não se deve agir: um filho de Deus querido e devotado às vezes sofre com pensamentos depressivos. Durante uma dessas fases ele teve dúvidas acerca da certeza de sua salvação. Ele conta que pensou várias vezes nos versículos de Hebreus 12.16-17, que dizem: “nem haja algum impuro ou profano, como foi Esaú, o qual, por um repasto, vendeu o seu direito de primogenitura. Pois sabeis também que, posteriormente, querendo herdar a bênção, foi rejeitado, pois não achou lugar de arrependimento, embora, com lágrimas, o tivesse buscado”. Mas no caso de Esaú não se tratava de um filho de Deus que tinha pecado, mostrado contrição e, ainda assim, se perdido. Não: Esaú era antes de mais nada um ímpio, que vivia dessa forma e tinha desprezado conscientemente o seu direito à primogenitura. Esaú estava muito próximo da promessa destinada a ele, mas a rejeitou com desprezo, não a considerou e nem tomou posse dela. Mais tarde ele também quis herdar uma bênção, mas não era a bênção de Deus. As lágrimas de Esaú não foram derramadas em contrição. Ao contrário, ele tentou obter a bênção por meio de lágrimas – sem arrependimento. O caso de Judas foi parecido, pois ele sentiu remorso, mas não se arrependeu (Mt 27.3-5, veja também 2 Co 7.10). Em outro trecho, a Bíblia diz a respeito de Esaú: “Como está escrito: Amei Jacó, porém me aborreci de Esaú” (Rm 9.13). Isso significa que não havia nada em Esaú que o Senhor pudesse ter amado: nenhuma sinceridade, nem um pingo de integridade ou de busca pelo favor do Senhor, bem ao contrário de Jacó, que no auge do sofrimento de sua alma orou: “...Não te deixarei ir se me não abençoares” (Gn 32.26). É assim que a ira de Deus se manifestou contra Esaú e permanece sobre qualquer pessoa que rejeita a fé em Jesus (cf Jo 3.36). Portanto, a questão não é se um nascido de novo pode se perder, mas que uma pessoa que não nasceu de novo, que vive sem Deus, que está perto da redenção (como Esaú) e tem a promessa, perde a salvação porque, em última instância, rejeita a opção e não a aceita para si. Muitos judeus, a quem a Epístola aos Hebreus fora dirigida, só se importavam com as bênçãos, isto é, as vantagens do cristianismo (Hb 10.29), mas não com Jesus. Aquele que permanece indiferente a Jesus Cristo, a indizível dádiva de Deus, comete um erro que não poderá ser perdoado nem na eternidade!

O FUTURO GOVERNO MUNDIAL

Dentro de pouco tempo, um governo cruel, perverso e totalitário, mas com um discurso impecável de paz, amor e fraternidade, tomará conta do planeta Terra. Nada pode impedir que isso aconteça. Os Estados Unidos, depois de um colapso repentino e misterioso, serão impotentes, um mero peão no desenrolar dos acontecimentos. Mas será que essa transformação será provocada pelos lendários Trilateralistas? Não! A conspiração é muito maior do que isso e poderosa demais para ser controlada pelos Trilateralistas. Há muitos rumores alarmistas de que importantes líderes políticos de Washington estariam envolvidos numa conspiração para trair os interesses nacionais dos Estados Unidos. Esses homens, todos membros ou ex-membros da Comissão Trilateral e/ou do Conselho de Relações Exteriores (CFR, em inglês), estariam trabalhando lado a lado com certos líderes comunistas importantes numa conspiração internacional para estabelecer um governo mundial [...]. Não há dúvida de que esses relatos têm um fundo de verdade. Mas as pessoas invariavelmente exageram quando se referem aos Trilateralistas e ao pessoal do CFR, parecendo atribuir onisciência e onipotência aos “internacionalistas”. De fato, membros de várias organizações políticas importantes, tanto nos EUA como no exterior, fazem parte de uma conspiração internacional para estabelecer um governo mundial. Mas será que isso é tão ruim assim? De que outra forma pode haver uma paz mundial justa e duradoura? Com certeza, um governo mundial não seria considerado algo ruim, mas sim a maior esperança de se evitar um holocausto nuclear. Porém, muitos argumentam que esse governo só poderia ser estabelecido através do sacrifício de liberdades preciosas para o Ocidente [...]. Em vários de seus livros, H. G. Wells parece ter previsto com precisão assustadora os passos que levarão ao surgimento do futuro governo mundial. Embora defendesse um socialismo internacional benevolente, ele não tinha ilusões com relação ao Comunismo, que rejeitou com estas palavras:

Na prática, vemos que o Marxismo [...] recorre a atividades perniciosamente destrutivas e [...] é praticamente impotente diante de dificuldades materiais. Na Rússia, onde [...] o Marxismo foi testado [...] a cada ano fica mais claro que o Marxismo e o Comunismo são desvios que se afastam do caminho do progresso humano [...]. O principal erro dessa teoria é a suposição simplista de que pessoas em situação de desvantagem se sentirão compelidas a fazer algo mais do que a mera manifestação caótica e destrutiva de seu ressentimento [...]. Nós rejeitamos [...] a fé ilusória nesse gigante mágico, o Proletariado, que irá ditar, organizar, restaurar e criar [...].

Em vez disso, Wells previu que a nova ordem mundial estaria nas mãos de “uma elite de pessoas inteligentes e com um pensamento religioso”. A religião desses conspiradores sinceros, que Wells explicou e confessou seguir, é exatamente o que a Bíblia descreve como a religião do futuro Anticristo! Mas poucas pessoas perceberão isso, pois todos estarão muito empenhados em salvar o mundo do holocausto nuclear. Seus objetivos serão tão sinceros e parecerão tão lógicos: uma paz genuína e duradoura só pode ser obtida através do controle mundial sobre os interesses nacionalistas que, de outra forma, geram disputas por territórios, recursos, riqueza e poder, provocando guerras para atingir seus objetivos [...].
Criado pela mãe para ser evangélico, Wells tornou-se um apóstata inimigo de Cristo. Amigo íntimo de T. H. Huxley, Wells era ateu e ávido evolucionista. Porém, tinha uma religião, uma crença de que uma elite de homens-deuses evoluiria no tempo oportuno, “tomaria o mundo em suas mãos e criaria uma ordem racional”. O mundo seria transformado através dessa religião apóstata. Duvido que Wells soubesse que estava profetizando o cumprimento de uma profecia bíblica: “Ninguém, de nenhum modo, vos engane, porque isto não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia e seja revelado o homem da iniqüidade, o filho da perdição”. Entretanto, Wells parecia saber que isso não aconteceria em sua geração, mas ocorreria provavelmente na seguinte: Alguma coisa importante está tomando forma – um imenso e crescente movimento popular cujo caráter é mais religioso do que político, embora não no sentido comum da palavra.

Para a minha geração, desempenhar o papel de João Batista deve ser a maior ambição. Podemos proclamar e revelar o advento de uma nova fase da fé e do esforço humano. Podemos indicar o caminho cuja descoberta tem sido o trabalho de nossa vida [...]. Aqui – dizemos – está a base para um mundo novo.

A idéia de um governo mundial está em circulação há muito tempo. A novidade hoje é o fato de que quase todo mundo está chegando à mesma conclusão e, no desespero do momento, milhões de pessoas estão fazendo algo a respeito [...]. Como H. G. Wells previu, a “conspiração” agora se tornou um movimento evidente que envolve centenas de milhões de “crentes”. A maioria desses “conspiradores declarados”, como Wells profetizou, tem em mente uma unidade mundial baseada mais no relacionamento interpessoal do que propriamente num governo, como querem os internacionalistas. A maior demonstração de que isso já é totalmente possível são as redes formadas por milhares de grupos de cidadãos comuns trabalhando em conjunto, no mundo inteiro, no novo e poderoso movimento pela paz. Isso também parece ter sido previsto por Wells, que escreveu: “O que estamos procurando alcançar é a síntese, e esse esforço comunal é a aventura da humanidade”. Alguma coisa importante está tomando forma – um imenso e crescente movimento popular cujo caráter é mais religioso do que político, embora não no sentido comum da palavra. É uma nova espiritualidade, um misticismo grande demais para ser confinado nos limites estreitos de qualquer religião.
O Dr. Fritjov Capra, brilhante físico-pesquisador da Universidade da Califórnia em Berkeley, declarou:

Vivemos hoje num mundo interconectado globalmente [...] que requer uma perspectiva ecológica [...] uma nova visão da realidade, uma transformação fundamental das nossas idéias, percepções e valores [...].

É interessante o que H. G. Wells declarou, ao escrever sobre a “conspiração declarada” que acabaria por estabelecer a nova ordem mundial: “Esta é a minha religião [...] a verdade e o caminho da salvação [...]. Ela já está se desenvolvendo em muitas mentes [...] uma imensa e esperançosa revolução na vida humana [...]”.

Existem evidências suficientes de que o que Wells previu está finalmente acontecendo. Isso não é obra do acaso e já está grande demais para ser controlado pelos Trilateralistas [...].

Estamos diante não só de um futuro governo mundial, mas também de uma futura religião mundial. Na era espacial, ela precisará ter o aval da ciência. Mas que religião seria essa? Não é preciso ser nenhum gênio para perceber que, se a Bíblia chama seu líder de Anticristo, então ela tem que ser anticristã. Entretanto, o próprio Senhor Jesus avisou que esse homem fingiria ser o Cristo e que seu disfarce seria tão astuto e convincente que enganaria “se possível, os próprios eleitos”. (Dave Hunt, The Berean Call - http://www.chamada.com.br)

SETE PASSOS PARA SER FELIZ

Cristo ensinou nas bem-aventuranças, que a felicidade não depende do que possuimos, mas do que somos. Tal felicidade não é importada de fora mas nasce na alma de todos os verdadeiros filhos de Deus. Todas as bem-aventuranças de Cristo são paradoxos; todas são contrárias a opinião comum. O conceito dos homens é que são felizes os ricos, os honrados no mundo; os que passam sua vida aqui alegres; os que comem gulodices e se vestem bem. Mas o Senhor veio corrigir esse erro fundamental; veio para chamar os homens à felicidade que é permanente e verdadeira.

FELIZ: afortunado, próspero, satisfeito, ditoso, abençoado. Bem-aventurado


1-TER OS PECADOS PERDOADOS
"Como é feliz aquele que tem suas transgressões perdoadas e seus pecados apagados." Salmos 32.1
As únicas pessoas realmente felizes são aquelas que receberam de Deus o perdão dos seus pecados, e por isso a culpa das suas transgressões não pesa mais sobre seus corações e mentes, e sua consciência não as perturba mais. Tal bem-aventurança é concedida a todos os pecadores que vierem ao Senhor (Mt 11.28,29). O salmista descreve três maneiras o perdão divino: (1) – Deus perdoa o pecado. (2) – Ele cobre o pecado, i.e., põe-no fora da vista. (3) O pecado não é imputado (v.2), a culpa não é atribuída.

2-ACEITAR A CORREÇÃO DE DEUS
"Como é feliz o homem a quem Deus corrige; portanto, não despreze a disciplina do todo poderoso." Jó 5.17
Aceite a correção do Senhor. Considere-a uma benção. Saiba que a correção evidencia o amor do Senhor por você.

3-CONFIAR NO SENHOR
"Bem-aventurado o homem que põe no Senhor a sua confiança e que não respeita os soberbos, nem os que se desviam para a mentira." Salmos 40.4
Reserva-se um tipo especial de felicidade para o homem que confia em Deus e odeia o mal.

4-OUVIR E PRATICAR A PALAVRA DE DEUS
"Mas o homem que observa atentamente a lei perfeita, que traz a liberdade, e persevera na prática dessa lei, não esquecendo o que ouviu mas praticando-o, será feliz naquilo que fizer." Tiago 1.25
“A vida obediente é o elemento de que consiste a benção, e na qual ela se encontra”. Assim, a vida geral do crente praticante é bendita; e ele é abençoado na prática de atos individuais.

5-PRATICAR A JUSTIÇA
"Como são felizes os que perseveram na retidão, que sempre praticam a justiça." Salmos 106.3
Como princípio geral, o viver em retidão resulta em menos problemas do que o viver na iniqüidade . Isso não significa que os que seguem a Deus nunca terão problemas. Porém, o justo tem a certeza de que, quando em aflição, será socorrido no momento certo de Deus.

6-TER INTERESSE PELO POBRE
"Como é feliz aquele que se interessa pelo pobre! O Senhor o livra em tempos de adversidade." Salmos 41.1
Deus tem cuidado especial dos fracos e indefesos, e abençoa quem demonstra compaixão pelos necessitados. Os versículos 1-3 explanam o princípio: “Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia” Mt 5.7). Se tivermos compaixão de Deus pelos necessitados, poderemos orar com confiança para Deus nos livrar nas dificuldades (v.1), guardar-nos do mal (v.2), abençoar a nossa vida (v.2), aniquilar o poder de satanás e dos nossos inimigos (v.2), e nos dispensar sua presença e cura quando estivermos enfermos (v.3; cf.72,2,4,12; Dt 15.7-11; Pv.29.14; Is 11.4; Jr 22.16; ver Mt 6.30 nota).

7-TEMER A DEUS E TRABALHAR COM AFINCO
"Como é feliz quem teme o Senhor, quem anda em seus caminhos! - comerá do fruto do seu trabalho, e será feliz e prospero." Salmos 128. 1 e 2
Deus deseja que gozemos do fruto do nosso trabalho como uma dádiva dEle. Mas essas promessas de bem-estar para os que trabalham com afinco dependem da reverência (teme ao Senhor) e da obediência (anda em seus caminhos) da pessoa. Em geral, os que honrarem e obedecerem a Deus, trabalhando com esforço, desfrutarão do seu devido salário. Há, é óbvio, exceções a esse princípio geral de vida.