segunda-feira, agosto 09, 2010

HALLOWEEN

A partir do que aconteceu no jardim do Éden, o homem passou a gostar das coisas impuras. Existe em cada ser humano uma tendência para o mal, para o que é maligno ou diabólico. Na sua condição natural, não recriado, não regenerado, estando em abismo, procura outros abismos. Assemelha-se a esses exploradores de cavernas: quanto mais se infiltram por buracos negros, mais vontade têm de continuar descobrindo coisas novas, emocionantes e sensacionais. Para esses exploradores, não importa se a caverna ou os abismos possuem dragões, vampiros, aranhas gigantescas ou fantasmas. Como na corrida do Trem Fantasma, não importa se no caminho surjam caveiras, mortalhas, gorilas ou demônios; importa a emoção, o prazer, o delírio, o devaneio, a surpresa.

UUM POÇO SEM FIM
A humanidade pecadora deleita-se com o imundo. Os apetites bestiais são mesmo insaciáveis. Vejam as festividades carnavalescas: três dias anuais não mais atendiam aos desejos da carne. Em razão dessa necessidade premente, criou-se em várias cidades, com o pronto consentimento dos governantes, o carnaval fora de época: "O inferno e a perdição nunca se fartam, e os olhos do homem nunca se satisfazem" (Provérbios 27.20). "Um abismo chama outro abismo" (Salmos 42.7). Ora, se o povo clama por um bezerro de ouro, façamos a vontade do povo. Os abismos se sucedem. Dentro da caverna tenebrosa do mundo pecador há avenidas com vitrinas especialmente preparadas pelo Diabo para exposição de seus produtos. Há mercadoria para todos os gostos: para rico, pobre, preto, branco, analfabeto ou erudito. Em determinado local, uma vasta exposição dos produtos do movimento Nova Era, onde o curioso descobrirá que "o homem é Deus". Sendo Deus, ele seguirá até mais fortalecido para continuar descendo. Noutra ala, encontrará a vitrina da consulta aos mortos. O explorador poderá conversar com um parente que esteja no além, ou, se desejar emoções fortes, optará por oferecer seu corpo para ser visitado por um espírito qualquer, ou até experimentar uma breve levitação. Nesse stand, instalados sob pirâmides purificadoras, enfileiram-se os adivinhadores com seus apetrechos: búzios, baralho cigano, bola de cristal, tarô, mapa astral, tudo destinado a predizer o futuro e indicar novos caminhos. Numa determinada sala o explorador poderá praticar meditação transcendental; ficará com sua mente passiva por algumas horas, em estado alfa, recebendo as "boas" mensagens do além. Esta ala é mais visitada pelos eruditos. Para os menos exigentes, ou de percepção menos aguda, os terreiros oferecem feitiçarias de vários tipos. Caboclos, guias e orixás fazem a festa dos visitantes.

O PERIGO DAS TREVAS
Em busca de novos abismos, os homens resolveram prestar uma homenagem a um deus chamado Diabo. Então, pensaram em fazer uma festa num determinado dia do ano. Uma festa que em tudo se identificasse com o homenageado: a indumentária, o ambiente, os participantes, as alegorias. Daí surgiu o Dia das Bruxas, versão brasileira do Halloween, comemorado no dia 31 de outubro. Os participantes vestem-se a caráter, isto é, com as cores da igreja do Diabo: preto e vermelho; a maioria usa só a cor preta, caracterizando a situação de trevas sobre trevas. As máscaras são as mais imaginativas: Diabo, vampiro, bruxa, morcego, morte, caveira, monstros, fantasmas, tudo que tenha identidade com o maligno. O Diabo certamente teria muita alegria em falar assim a essas bruxas: "Quanto à indumentária está tudo bem. Vocês sabem que as cores da minha preferência são preto e vermelho. Minha maior alegria é ver homens, mulheres e crianças, de todas as idades, línguas e nações, empunhando as cores da bandeira do meu reino. Um detalhe: as máscaras usadas por vocês ou as pinturas e fantasias em nada se assemelham ao original. Eu não sou tão bonito como se pinta por aí". É evidente que há imperfeições, porque ninguém é perfeito. Mas os promotores desses eventos se esforçam para que a decoração em tudo dê a impressão de que o reino das trevas está ali naquele local, naquele ambiente festivo. E está. O Diabo está ali, de corpo presente ou representado. Creio que a maioria dos participantes do Dia das Bruxas desconhece o grau de contaminação maligna a que ficam expostos. Certamente acredita tratar-se de mais uma festa, mais uma novidade. As "bruxas" estão ali para se divertirem e, com esse intuito, sujeitam-se às regras do jogo. Desconhecem as origens satânicas do Halloween; não sabem que nessa data os satanistas honram a Satanás com sacrifícios humanos; não sabem que essa prática iniciou-se há muitos séculos entre os druídas - sacerdotes dos Celtas - que vestiam suas fantasias, esculpiam em nabos ocos caricaturas de demônios, e saíam pelas ruas amaldiçoando as pessoas que lhes negavam alimentos. Em determinado site sobre satanismo li que o dia 31 de outubro é a festa da luxúria [sensualidade, lascívia] e da indulgência [tolerância]. Que tipo de indulgência podemos esperar de Satanás? A verdade é que grande é o perigo para quem participa do Dia das Bruxas, dada a grande a probalidade de contaminação. O Diabo, num sinal de agradecimento pela homenagem, não hesitará em designar um de seus anjos para acompanhar a "bruxa" pelo resto da vida. Algum mal nisso? Muitos males. Jesus afirmou que "o ladrão [o diabo] só vem para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância" (João 10.10). O Diabo entra na vida dos homens para roubar a paz, roubar a saúde, roubar os recursos financeiros; para causar a morte espiritual, e, não raro, causar a morte física; para destruir a família, o lar, a comunhão com Deus. Daí as insônias, os medos, as superstições, as doenças inexplicáveis, os tremores, os vícios, a possessão. Convém sabermos que bruxa ou bruxo é aquela ou aquele que faz bruxaria, e bruxaria é sinônimo de feitiçaria, magia negra, curandeirismo, ocultismo, adivinhação, astrologia, e demais atividades ligadas ao poder das trevas. Há os que de forma consciente - os satanistas - servem a Satanás com sacrifícios, cânticos, jejuns e rezas. Todavia, o simples fato de participar e tomar parte ativa no Dia das Bruxas revela uma predisposição ao satanismo, e abre-se uma porta de entrada aos demônios. A Palavra de Deus adverte que "o vosso adversário, o Diabo, anda em derredor, rugindo como leão, buscando a quem possa tragar" (1 Pedro 5.8). Ora, os freqüentadores dessa festa satânica facilmente caem na arapuca de Satanás. Aliás, as próprias presas, num ato voluntário, vão com seus próprios pés para a armadilha.

A LUZ QUE LIBERTA
"A condenação é esta: A luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz porque as suas obras eram más" (João 3.19). Só existe um nome, uma Pessoa, que pode libertar o homem contaminado por demônios: é o Senhor Jesus. Ele mesmo afirmou isso: "Se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres" (João 8.36). A Bíblia nos ensina que devemos pensar e fazer somente o que é verdadeiro, amável, justo e puro, e que "todo o nosso espírito, alma e corpo devem ser conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Salvador Jesus Cristo" (1 Tess. 5.23). Uma pessoa que se fantasia de bruxa, coloca máscaras com motivos demoníacos e passa horas a fio num ambiente de trevas, estaria conservando seu corpo alma e espírito irrepreensíveis? Não, pelo contrário, estaria invocando o poder das trevas; desejando maior aproximação com os demônios. A Palavra ainda adverte: "Não vos voltareis para médiuns, nem para os feiticeiros [bruxos], a fim de vos contaminardes com eles" (Levítico 19.31). "Ninguém pode servir a dois senhores. Ou há de odiar a um e amar o outro, ou se devotará a um e desprezará o outro" (Mateus 6.24). Não podemos ser ao mesmo tempo servos das trevas e servos da luz. Ou somos filhos de Deus ou filhos do Diabo. Quem serve ao Diabo com alegorias, fantasias, licores, danças e outras coisas mais, não é servo do Altíssimo. Mas haveria uma saída para quem está contaminado? Jesus responde: "Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei" (Mateus 11.28). "Eis que estou à porta, e bato; Se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo" (Apocalipse 3.20). Quem está enlaçado ao Diabo deve saber que o Senhor Jesus veio "para apregoar liberdade aos cativos, dar vista aos cegos, pôr em liberdade os oprimidos" (Lucas 4.18). Porque "em nenhum outro há salvação, pois também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos" (Atos 4.12).

O PODER DA ADORAÇÃO

A Bíblia tem muito a dizer sobre adoração. Os termos adorar, adoração e adoradores aparecem quase 200 vezes por toda a Bíblia. Há ainda centenas de outras passagens que descrevem vários atos de adoração, mas onde a palavra não é mencionada especificamente.

*Abel adorou ao Senhor, pela fé, ao oferecer a Deus um sacrifício mais excelente do que o de Caim. Comparar Gênesis 4:1-5 e Hebreus 11:4.

*Noé adorou quando "edificou? um altar ao Senhor; e tomou de todo o animal limpo, e de toda a ave limpa, e ofereceu holocaustos sobre o altar". Gênesis 8:20.

*Abraão adorou quando ! à ordem de Deus ! tomou o filho amado, Isaque, e fez uma viagem de quase três dias à terra de Moriá, a fim de oferecê-lo em sacrificio sobre o altar. Gênesis 22:1-14 e Hebreus 11:21.

*Jacó adorou ao contemplar as promessas da aliança de Deus em relação à terra de Canaã. Gênesis 17:28-31 e Hebreus 11:21.

*Os filhos de Israel adoraram quando entenderam que Deus olhara para a aflição deles. Êxodo 4:31.

*A reação de Moisés foi de adoração quando o Senhor passou diante dele, pois proclamou: "O Senhor, o Senhor Deus, misericordioso e piedoso, tardio em irar-se e grande em beneficência e verdade; que guarda a beneficência em milhares; que perdoa a iniquidade, e a transgressão e o pecado; que ao culpado não tem por inocente; que visita a iniquidade dos pais sobre os filhos dos filhos até à terceira e quarta geração". Êxodo 34:6-8.

*Josué caiu por terra e adorou ! como está registrado em Josué 5:14.

*Gideão adorou após Deus lhe assegurar a vitória sobre os midianitas. Juízes 7:15.

*Samuel adorou. 1 Samuel 1:28.

*Davi adorou após a morte do filho que Bate-Seba lhe dera. Em 2 Samuel 12:19-20, lemos: "Viu, porém, Davi que seus servos falavam baixo, e entendeu Davi que a criança estava morta, pelo que disse Davi a seus servos: Está morta a criança? E eles disseram: Está morta. Então Davi se levantou da terra, e se lavou, e se ungiu, e mudou de roupas, e entrou na casa do Senhor, e adorou". 2 Samuel 12:19-20.

*Os levitas adoraram ao Senhor na época do rei Ezequiel, após o templo ser purificado e o culto a Deus restaurado. 2 Crônicas 29:30.

*Os anjos adoraram quando Deus trouxe Seu Filho Unigênito ao mundo. Hebreus 1:6.

*Os magos, que vieram à Belém logo após o nascimento de Jesus; "Entrando na casa, acharam o menino com Maria sua mãe e, prostando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro, incenso e mirra". Mateus 2:11.

*Os Apóstolos adoraram ao Senhor ressurreto. A Bíblia diz que "quando o viram, o adoraram; mas alguns duvidaram". Mateus 28:17.

*Paulo adorou. Atos 24:11-14.

É claro que a Bíblia fala em muitos lugares sobre aqueles que se envolvem em adoração falsa: "em vão me adoram", Mateus 15:9; "fizeram para si um bezerro de fundição, e perante ele se inclinaram", Êxodo 32:8; "e fizeram um ídolo do bosque, e se prostaram perante todo o exército do céu, e serviram a Baal", 2 Reis 17:16; "inclinaram-se perante a obra das suas mãos, diante daquilo que fabricaram os seus dedos", Isaías 2:8. Mas Jesus tinha prazer na verdadeira adoração: "Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás". Mateus 4:10. Os crentes adoram a Deus em espírito e em verdade, regozijando-se continuamente em Jesus Cristo, e não confiando de modo algum na carne. Veja João 4:24 e Filipenses 3:3. Devemos ver então que cada ser humano adora alguma coisa. É uma característica natural inata. Há um objeto, uma pessoa, uma filosofia, um feito, um motivo, uma divindade em algum lugar que é entronizado dentro de cada pessoa. A própria composição humana exige adoração! Cada atividade de ser, toda a energia da vida, a devoção dos poderes ! tudo é forma de adoração. Um homem não pode viver sem elas. Não existe ninguém sobre a terra que não tenha, de algum modo, no coração, na vida, na essência do seu ser, um ninho no qual existe uma divindade a quem adora. Isto não significa que os homens por natureza são verdadeiros adoradores de Deus, mas adoradores assim mesmo. Digo por experiência própria que um perdido adora acima de tudo a si mesmo, com todo o coração, toda a alma e toda a mente. As únicas pessoas que podem adorar a Deus, e adorá-lO de maneira aceitável, são as que receberam uma natureza nova através de uma obra da graça de Deus. A pessoa que nasceu de novo tem a lei de Deus em seu íntimo e escrita em seu coração. Ela tem um desejo e impulso novos de adorar a Deus; e porque o Espírito Santo habita dentro dela e lhe ensina, pode então adorar a Deus em espírito e em verdade.

O QUE É A VERDADEIRA ADORAÇÃO?
A palavra "adorar" hoje em dia é usada comumente de maneira geral, indefinida e negligente. Temos a tendência, por exemplo, de nos referir aos cultos domingueiros como "adoração pública", embora muitas vezes haja muito pouca adoração. Ler a Bíblia e meditar sobre o que leu não é adoração. Pode ajudar, mas não é adorar. Ouvir o sermão não é adorar. Orar não é adorar. Talvez seja, e com certeza deve ser, acompanhado de adoração, mas não o é em si mesma. Cantar não é necessária nem especificamente adorar, embora hinos de louvor cantados com o espírito apropriado podem expressar adoração. Adorar é deixar que a alma se curve em contemplação reverente diante do objeto adorado. Adorar a Deus é curvar-se diante d?Ele em meditação de amor e contemplação dEle mesmo:

"Ó, vinde, adoremos e prostremo-nos; ajoelhamos diante do Senhor que nos criou". Salmo 95:6.

"E o povo creu; e quando ouviram que o Senhor visitava aos filhos de Israel, e que via a sua aflição, inclinaram-se, e adoraram". Êxodo 4:31.

"E todos os filhos de Israel vendo descer o fogo, e a glória do Senhor sobre a casa, encurvaram-se com o rosto em terra sobre o pavimento, e adoraram e louvaram ao Senhor, dizendo: Porque ele é bom, porque sua benignidade dura para sempre". 2 Crônicas 7:3.

"Então Josafá se prostou com o rosto em terra, e todo o Judá e os moradores de Jerusalém se lançaram perante o Senhor, adorando-o". 2 Crônicas 20:18.

Eis algumas citações tiradas de fontes diversas:
*Adorar de verdade é erguer-se e aproximar-se de Deus na mente, coração e espírito. Não é um mero ato exterior e formal.

*Adoração é quando a alma do crente sobe a Deus em louvor e admiração sinceros. A verdadeira adoração a Deus é feita de maneira sincera e sensível.

*A verdadeira adoração é a alma e essência da religião do crente. Chegamos diante de Deus em adoração ! aproximamo-nos dEle a fim de oferecemos nosso louvor e sacrifícios.

*A verdadeira adoração é a expressão característica e essencial de viver na realização da presença íntima de Deus.

*Adorar é ser absorvido com Deus. É o que há de mais profundo em nós querendo conhecer o que há de mais profundo em Deus. Veja Salmo 42:7.

*Adoração é a reação dos crentes, de tudo o que são ! mente, emoções, vontade e corpo ! ao que Deus é, diz e faz. Esta reação tem seu lado espiritual na experiência interior da alma e também o lado objetivo da obediência prática à vontade revelada de Deus.

*A palavra "adorar" vem do latim "adorare". O significado é "dar valor a alguém ou atribuir valor a algo". Adorar é, essencialmente, reconhecer o valor de Deus. É reconhecer que Deus é digno de ser adorardo. Do ponto de vista linguístico, tem o mesmo significado de "louvar" a Deus ou "glorificar" Seu nome.

*A palavra hebraica "shakah" traduzida como adorar no Antigo Testamento significa "curvar-se, suplicar humildemente, mostrar reverência, prostrar-se ou expressar reverência". A reverência e a humildade são elementos absolutamente necessários à verdadeira adoração.

No Novo Testamento, a palavra grega que corresponde a "shakah" é "proskuneo", que significa "beijar (como um cão quando lambe a mão do dono), prostrar-se em reverência ou reverenciar". Já possuiu um cachorro? Provavelmente ao chegar em casa, à noite, ele pula de alegria ao vê-lo, balançando o rabinho, lambendo-lhe a mão, dando-lhe um benvindo digno de rei. Talvez, outras vezes, apenas se sente ao lado da cadeira, ou estenda todo o corpo sobre seus pés. Os cães desejam o contato físico com os donos. O povo de Deus deve ter uma reação semelhante quando Deus se aproxima de sua alma! O próprio pensamento da presença de Deus deve nos estimular e afetar nossa alma. Devemos ansiar por estar em Sua presença. Mas não vamos ficar satisfeitos em só estar perto do Senhor; vamos nos jogar em Seu seio, em adoração!

POR QUE É IMPORTANTE ADORAR?
É importante adorar a Deus porque, Deus é importante! Ele tem a primazia! E na adoração verdadeira Deus recebe toda a honra e glória, todo o louvor e gratidão, toda a adoração e devoção, toda a atenção e reverência, toda a admiração e estima. Em outras palavras, através de nossa adoração, mesmo que nossos esforços sejam débeis, Deus é exaltado pela perfeição do Seu caráter e pela grandeza de Sua pessoa. Ele é reconhecido como o único e verdadeiro Deus; o Deus eterno, imutável, onipotente e soberano. Admitimos Seu senhorio majestoso. Confessamos que só Ele é digno de consideração. Homens e anjos não são nada, o mundo não é nada, a criação inteira não é nada quando comparados a Deus. Ele é exaltado acima de toda a criação!

DEZ MENTIRAS A RESPEITO DO PECADO

MENTIRA UM: O Pecado Traz Realização!!
Não existe um pecado que não seja influenciado por essa racionalização. Pensamos que o pecado nos torna mais felizes. Mas, na realidade, o pecado é a causa principal de toda a miséria e infelicidade, tanto nesta vida como na vida por vir. Morte, doença, desavenças, guerra, fome, vício (de qualquer espécie), famílias desmanteladas, ódio, dor, sofrimento e uma miríade de outros males, tudo isso encontra a sua origem no pecado. Não havia nenhuma dessas coisas antes que o pecado tivesse entrado no mundo, e quando os céus e a terra forem recriados em justiça, também lá não estarão (Ap 21.2-4). O pecado contradiz diretamente o propósito para o qual nós fomos criados, e jamais seremos felizes num tal estado. Bem no âmago da nossa humanidade, Deus nos fez com o desejo de buscá-lo (At 17.24-28), de aprender os seus mandamentos (Sl 119.73) e de servi-lo com alegria (Sl 100.1-3). A Escritura mostra com muita clareza que a alegria e a satisfação vêm somente do Senhor (Sl 16.11). Nunca seremos verdadeiramente felizes até que realizemos o propósito de Deus para as nossas vidas. Isso deveria ser evidente, já que Deus é a fonte de todas as bênçãos, tanto naturais quanto espirituais. Como o doador é maior do que o dom, é razoável supor que a nossa alegria em Deus deveria ser maior do que a nossa alegria pelos dons. É uma afronta a Deus encontrar maior satisfação nos seus dons do que nele próprio. Fazendo isso, estamos trocando o Criador pela criatura. É muito importante lembrarmos que o pecado pode oferecer somente prazer temporário (Hb11.25). A satisfação do pecado não só não dura, como também sempre acaba em miséria maior ainda (1 Jo 2.17). Portanto, a questão verdadeira é: queremos prazer temporário ou alegria duradoura?

MENTIRA DOIS: O Pecado é Facilmente Derrotado!!
Uma das coisas em que o diabo quer que acreditemos, a fim de que a nossa vigilância diminua, é que o pecado não é um inimigo perigoso. Mas a Bíblia nos ensina que o pecado é tão poderoso que, a menos que o poder sobrenatural de Deus intervenha, nós nos tornamos seus escravos e permanecemos sob a escravidão das suas ordens (Jo 8.34). Embora nascidos de novo, a depravação é uma força poderosa dentro de nós, como testemunha o apóstolo a respeito da sua própria experiência (Rm 7.14-25). O que complica o assunto é que o pecado é enganoso (Hb 3.13); nem sempre aparenta ser mau. O escritor de Hebreus faz referência ao pecado "que tenazmente nos assedia" (Hb12.1). Por essa razão, a Bíblia nos ordena a tomarmos muito cuidado com o pecado e a lutarmos com força contra ele. Paulo disse que esmurrava o seu corpo e o mantinha sob controle a fim de não ser reprovado (1 Co 9.24-27). Em outro lugar, comparou a vida cristã a uma batalha (2 Tm 2.3). Para derrotar o pecado, precisamos estar armados para a guerra (Ef 6.10-20). John Owen deu o seguinte conselho sábio: "Mate o pecado ou o pecado matará você... Não existe um dia sequer em que o pecado não derrote se não for derrotado, e não prevaleça se não for subjugado; e assim será enquanto vivermos neste mundo."

MENTIRA TRÊS: Você Pode Lidar com o Pecado Sem Recorrer a Cristo!!
O perigo desta mentira é que ela leva à frustração e ao desespero. Infelizmente, muitas pessoas que aceitam esta mentira descobrem que não podem competir em condições de igualdade com a depravação que existe dentro delas e, por isso, desesperançadas, desistem de lutar contra o pecado. Quando o evangelho é apresentado no Novo Testamento, o foco é sempre na obra de Cristo e na paz com Deus que encontramos nele (2 Co 5.17-21). A Bíblia exorta as pessoas a primeiro abraçarem a Cristo e, só depois disso, a buscarem a santidade. O evangelho não é um simples apelo a um viver moral e, sim, a uma transformação sobrenatural. Ninguém é capaz de vencer o pecado separado de Cristo e do Espírito Santo (Rm 8.13). Deus não é honrado quando tentamos remediar a nossa situação pecaminosa sem a sua graça, por isso é inimaginável supor que Deus irá abençoar um sistema de justiça produzido pelo próprio homem.

MENTIRA QUATRO: É Impossível Atingir os Padrões de Deus!!
É uma tendência humana culpar as circunstâncias ou as outras pessoas pelos nossos escorregões no pecado. Preferimos pensar que, diante das circunstâncias, seria impossível deixar de pecar. Queremos pensar dessa maneira porque alivia as nossas consciências e nos isenta de responsabilidade quando pecamos. Afinal de contas, como Deus pode nos responsabilizar por aquilo que é impossível? Há um sentido em que a santidade de Deus, de fato, representa um padrão impossível para a humanidade pecadora. Quando os discípulos ouviram Jesus explicar o custo do discipulado para o jovem rico, perguntaram: "Então, quem pode ser salvo?" (Lc 18.26). Jesus respondeu: "O que é impossível para os homens é possível para Deus" (v.27). Portanto, é um erro fundamental desculpar-se do comportamento pecaminoso, já que Deus prometeu graça para obedecer a quem o busca pela fé. Não existe pecado que não possamos vencer nem tentação que não possamos resistir pela graça (1 Co 10.13; 2 Co 12.9; Fp 4.13). Deus quebra o poder do pecado na nossa conversão. Este é o ponto focal de Paulo no sexto capítulo de Romanos: estamos mortos para o pecado; portanto não precisamos viver nele (vv.1-2). A graça de Jesus remove a carga pesada da obrigação de guardar os mandamentos de Deus (1 Jo 5.3).

MENTIRA CINCO: Você Não Precisa Tratar com o Pecado Imediatamente!!
Procrastinação é um pecado do qual todos nós somos culpados e a respeito do qual temos costume de brincar. Mas a demora nas coisas espirituais pode ser fatal. A Bíblia nos diz que "agora é o tempo favorável, agora é o dia da salvação" (2 Co 6.2). E o escritor de Hebreus, citando o Salmo 95, exorta-nos a ouvir hoje a voz de Deus (Hb 3.7,13,15). Por que isso se torna tão necessário? Primeiro, quanto mais o pecado permanece em nós sem que haja arrependimento, mais difícil será nossa mudança, devido à força do hábito. Quanto mais acalentamos um desejo pecaminoso ou uma atitude errada, mais o pecado ficará entranhado na nossa natureza. Será menos e menos notado. Terá um lugar mais permanente nas nossas afeições. A nossa resistência a ele irá se tornando cada vez mais fraca. Segundo, é necessário porque a conseqüência maligna do pecado começa a fazer efeito no momento em que consegue entrada na alma. Foi somente um leve toque na arca que matou Uzá, e é somente uma simples brincadeira com o pecado que pode matar a alegria espiritual e os frutos nas nossas vidas.

MENTIRA SEIS: Posso Pecar Sem Sofrer Conseqüências!!
"Se eu pecar, nada de mal vai realmente me acontecer." Não pensamos assim, às vezes, especialmente se o pecado é "pequeno"? É espantoso observar os multiformes enganos do diabo neste assunto. Por um lado, ele convence as pessoas de que não existe um verdadeiro inferno e que, portanto, não faz mal pecar. Por outro lado, para aqueles que acreditam no inferno, ele os convence de que não há perigo, no caso deles, de irem para lá! Mas sempre há conseqüências para o pecado, porque Deus é um Deus de justiça que odeia o pecado. Em Êxodo 34.7, Deus testificou que de nenhuma maneira livrará o culpado. Se não precisasse existir qualquer conseqüência do pecado, Jesus nunca teria morrido numa cruz pelos pecadores. Ele mesmo o declarou, quando clamou: "Meu Pai, se for possível, afasta de mim este cálice" (Mt 26.39). E, realmente, não era possível, porque a fim de que Deus fosse justo e justificador dos ímpios, foi preciso punir os seus pecados na pessoa de Jesus (Rm 3.25-26). esus não é a única testemunha das conseqüências do pecado; também o são todas as multidões que estão no inferno, sofrendo a vingança do fogo eterno (ver Mt 10.28; 25.46; 2 Ts 1.8-9; Jd 6-7). "Mas se eu sou redimido por Cristo", alguém poderia perguntar, "como é que posso ser punido pelos meus pecados?" Se cremos em Jesus, não somos propriamente punidos pelos nossos pecados; pelo contrário, nosso Pai nos disciplina misericordiosamente a fim de que sejamos participantes da sua santidade (Hb12.5-11). Deus ama demais a santidade para permitir que os seus próprios filhos venham a chafurdar no pecado. Portanto, disciplina pelo pecado é a marca registrada do amor de Deus pelos seus filhos, e deve ser esperada sempre que pecarmos (Sl 119.67,71; Tg 5.14-15). Na verdade, se não somos disciplinados, não somos filhos de Deus. Fazemos bem em lembrar que o mero fato de tais castigos não serem eternos não significa que as conseqüências do pecado sejam indolores para os crentes. Às vezes, até um redimido tem de viver com as conseqüências de um pecado seu pelo resto da sua vida (observe o que o Rei Davi teve de suportar por causa do seu pecado com Bate-Seba). Isso já é razão suficiente para não pecar. O nosso Pai não somente tem uma equipe para afastar os nossos inimigos, mas também uma vara para corrigir os nossos erros. Sejamos gratos a ele por isso, porque é para o nosso bem.

MENTIRA SETE: Deus Não Vai Me Julgar, Porque Todo o Mundo Faz o Mesmo!!
O diabo, às vezes, engana-nos fazendo-nos adotar uma mentalidade de grupo que justifica certos pecados porque a maioria das pessoas os considera comportamento normal. Entretanto, devemos sentir medo quando estamos seguindo a maioria. O cristianismo, pela sua própria natureza, é uma religião de contracultura. Seguir a Cristo é como nadar contra a correnteza. Jesus disse: "Entrem pela porta estreita, pois larga é a porta e amplo o caminho que leva à perdição, e são muitos os que entram por ela" (Mt 7.13-14). Uma vez, eu li um pequeno panfleto com uma história imaginária de uma pessoa diante de Deus, desculpando-se de seus erros com o argumento de que todo o mundo vivia da mesma maneira. Deus, então, respondeu: "Bem, se você pecou com a maioria, você pode ir para o inferno com a maioria". É essa resposta que podemos esperar se pautarmos a nossa vida por semelhante filosofia destrutiva.

MENTIRA OITO: Deus Não Vai Me Julgar, Porque Não Sou Tão Mau Quanto os Outros!!
Se não racionalizarmos o nosso pecado por incluir-nos na multidão, o diabo vai tentar nos levar a racionalizá-lo excluindo-nos da multidão. Essa atitude era a essência do farisaísmo, e é sempre uma ilusão fatal. Talvez exista um pecado na sua vida que Deus queira trazer à luz, mas você vem resistindo à convicção do Espírito, argumentando que não é uma pessoa tão má em relação às outras. Mas esse é um pensamento ilusório e contrário às Escrituras. Em primeiro lugar, deixa de levar em conta que Deus não somente estabelece o padrão; ele é o padrão. "Sejam santos, porque eu sou santo" (1 Pe 1.16). A questão não é como nos comparamos com outras pessoas e, sim, como nos comparamos com Deus. Segundo, deixa de levar em conta o fato de que Deus não fica satisfeito com obediência incompleta. Deus quer tudo dos nossos corações, tudo das nossas vidas e o mínimo possível de pecado. Quando tentamos estabelecer meios compromissos com Deus, estamos roubando de nós mesmos tremendas bênçãos espirituais. D.L.Moody, certa vez, ouviu um homem dizer: "O mundo ainda não viu o que Deus pode fazer com, em e através de um homem cujo coração esteja totalmente devotado a ele." Mas o homem estava errado. O mundo já tinha visto homens tais como Calvino, George Whitefield, Jonathan Edwards, McCheyne e Spurgeon. É somente quando estivermos dispostos a nos consagrar como esses homens fizeram que sentiremos o mesmo gosto do seu sucesso. Mas nunca o experimentaremos enquanto nos satisfizermos a nós mesmos, avaliando-nos pela comparação com os outros.

MENTIRA NOVE: Deus Vai Perdoar Você, Por Isso Vá em Frente e Peque!!
A Bíblia fala de homens que se insinuaram na igreja, inspirados por Satanás, para espalhar esta doutrina demoníaca. Paulo faz referência a esses homens que dizem: "Façamos o mal, para que nos venha o bem" - e depois acrescenta: "a condenação dos tais é merecida" (Rm 3.8). Judas nos adverte contra aqueles que transformam a graça de Deus em libertinagem (Jd 4). A Bíblia torna bem claro que é impossível desfrutar o perdão e continuar vivendo no pecado. Paulo ainda escreveu em Romanos 6.1-2: "Que diremos então? Continuaremos pecando para que a graça aumente? De maneira nenhuma! Nós, os que morremos para o pecado, como podemos continuar vivendo nele?" É impossível porque sempre que Deus perdoa um homem, ele também transforma a sua natureza. A graça muda de tal forma a pessoa que esta não vai mais querer viver em pecado! Quando uma pessoa é dominada pelo desejo de fartar-se do pecado é uma indicação de que ela nunca nasceu de novo. Um dia, conta-se, Spurgeon e um outro homem estavam caminhando numa rua e passaram por um bêbado deitado na sarjeta. Disse o homem: "Ué, Sr. Spurgeon, eis aí um dos seus convertidos!" "Deve ser mesmo um dos meus", replicou Spurgeon, "porque de Deus com certeza não é!"

MENTIRA DEZ: Deus Nunca Vai Perdoar Você, Por Isso Vá em Frente e Peque!!
Mais uma vez, vemos quão versátil é Satanás nos seus enganos. Ele sabe que precisa preparar uma mentira apropriada para cada tipo de pessoa. Para aquele que é inclinado ao desespero, o diabo espera por oportunidades de assoprar nos seus ouvidos que todas as tentativas de uma recuperação posterior serão inúteis porque ele já foi longe demais. Tentará convencê-lo que cometeu o pecado imperdoável, que agora pode muito bem se entregar totalmente ao pecado porque de todo jeito já está indo para o inferno. A verdade é que Cristo perdoará todo aquele que vem a ele. "Todo aquele que o Pai me der virá a mim, e quem vier a mim eu jamais rejeitarei" (Jo 6.37). Isso foi verdade quando nosso Senhor falou estas palavras e ainda é verdade agora. Não permita que o diabo amplie a sua condenação tentando-o a se abandonar totalmente ao pecado e ao desespero. As misericórdias do Senhor duram para sempre. A porta da graça está aberta para todos aqueles que se aproximam através de Jesus.

CONCLUSÃO
Como é que podemos derrotar as mentiras do diabo? Somente pela Palavra de Deus. É a verdade que nos dá base sólida e que não permite que sejamos levados por qualquer vento de doutrina. É a verdade que santifica. É a verdade que é a mola-mestra do crescimento à maturidade em Cristo. É a chave para derrotar o diabo.

Leitura da Bíblia, meditação e memorização da Bíblia, e encarnação da Bíblia - experimentando as suas verdades nas nossas vidas - são para sempre as únicas ferramentas disponíveis ao povo de Deus para sobrepujar o inimigo. Como em todas as coisas, Jesus é o nosso modelo para lidar com as mentiras do diabo. Quando tentado por Satanás no deserto, ele citou as Escrituras em resposta a cada mentira (Mt 4.1-10). "Está escrito" deve ser a nossa senha tanto quanto foi a dele.