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quinta-feira, fevereiro 12, 2009

GESTÃO NA IGREJA DE ATOS

Era um daqueles dias de grande agitação na Igreja que crescia. Muitas curas e milagres eram seguidos por generosas doações, transformando tudo em comum aos pés dos apóstolos. Embora aqueles recursos não fossem o objetivo da Igreja que nascia e se multiplicava, eram, no entanto, conseqüências da intensidade da presença do Espírito Santo, da comunhão dos santos e do amor que comandava os corações. O fato é que tais recursos permitiam um amplo atendimento aos necessitados.
Mas, naquele dia em especial, as divergências apareceram nas reclamações dos judeus de fala grega porque suas viúvas estavam sendo esquecidas na distribuição diária de alimento em favor dos judeus de fala hebraica. Problemas à vista: o sistema de distribuição de alimentos não estava atendendo a todos, instalando um sentimento de injustiça, intensificando os conflitos. Por conta disso, houve a convocação de uma grande Assembléia entre todos os discípulos, coordenada pelos doze apóstolos, quando, enfim, chegaram à brilhante conclusão de que precisavam transferir a gestão financeira a sete homens de bom testemunho, cheios do Espírito e de sabedoria. Ao delegarem essa tarefa, focariam seus esforços à oração e ao ministério. Que humildade exigiu esse reconhecimento de investirem outros para a função de gestão!
Esses gestores não eram meros gestores, como tenderíamos a ver com olhos mais limitados a conceitos de administração mal compreendidos. Estamos falando, aqui, de uma estirpe de gestores gerados pelo Espírito de Deus, cheios da graça e do poder de Deus, homens capacitados para realizar grandes maravilhas e sinais entre o povo. Estirpe semelhante a José, Daniel e tantos outros ungidos para governar as finanças e recursos do reino de Deus. Pessoas levantadas em uma vida de santidade, cuja sabedoria e Espírito com que falavam não podiam ser resistidos. Pessoas comprometidas com Jesus, seu reino e seus valores.

Acertaram os apóstolos e os gestores:

Os apóstolos acertaram por reconhecerem que não tinham dons para tratar dos assuntos, por compreenderem que sua missão poderia ser sacrificada, por discernirem que seu foco estava ligado ao pastoreamento das ovelhas, ao ensino da Palavra e às orações, por saberem escolher pessoas qualificadas e com o coração voltado à nova função que se criava, tudo na direção do Espírito Santo.
Os gestores acertaram por promoverem uma justa distribuição dos recursos que lhes eram confiados, por exercerem sua função de mordomia com eficácia e amor, por fazerem tudo com muita fé, sendo instrumentos de Deus para a operação de maravilhas, por desempenharem seu papel com primazia e cumprirem sua missão, tudo na direção do Espírito de Deus.
Encabeçando a lista dos sete gestores, encontramos o nome de Estêvão. Acusado à custa de testemunhas subornadas, foi intensamente ousado e cheio de sabedoria em seu discurso que o levaria à morte. Seus assassinos o agrediram pela ignorância e pela manifestação de um coração mau e cheio de pecado. Não podiam negar seu dom de zerar a fome, promover bem-estar, trazer paz e distribuir o que havia sido multiplicado.
Com este exemplo em mente, podemos olhar para a Igreja nos dias de hoje e refletirmos um pouco. A Igreja nunca teve tantos recursos financeiros, imóveis e pessoas como tem hoje em dia. Contudo, a fome está ao nosso redor. No Brasil, estima-se que 23 milhões de pessoas vivem abaixo da linha de indigência, o que equivale dizer que 13% da população tem renda inferior ao valor de uma cesta de alimentos que permita a ingestão mínima de calorias diárias, ou seja, passam fome. Não é sem-razão que existem 170.000 detentos em 512 prisões representando um dos 10 maiores sistemas penais do mundo, que cresce, aproximadamente, 6% ao ano.
Precisamos de “apóstolos” (leia-se pastores) que reconheçam suas limitações e focos ministeriais e que valorizem o ministério dos gestores. Precisamos de gestores dispostos a darem suas vidas e talentos a serviço do reino de Deus, pois, afinal, o primeiro mártir da fé foi um gestor! Assim que a história de gestão foi escrita nos primeiros dias da Igreja em Atos: pessoas integradas exercendo seus dons e talentos a serviço do reino de Deus.

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